sábado, 25 de outubro de 2008

Vigilantes recebem treinamento para proteger Parque Tizo

Polícia Ambiental realizou o treinamento para os vigilantes do Parque Tizo


A Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA iniciou, no último dia 17/04, um ciclo de treinamentos para capacitar a equipe responsável pela vigilância e preservação da área do Parque Tizo, localizado na região oeste da capital paulista, com 130 hectares, dos quais 100 hectares são cobertos por florestas. O treinamento foi aplicado pelo soldado Macedo, da Polícia Militar Ambiental.

A estruturação do parque está sendo conduzida por três órgãos. A SMA é responsável pela sua implantação, à Polícia Ambiental compete fiscalizar e prevenir infrações ambientais, e a CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano é responsável pela área e pela administração dos recursos alocados pelo Estado para a implantação do parque. Além dessas atribuições, a CDHU também contratou a empresa Gocil, para efetuar a vigilância patrimonial e impedir invasões.

A mobilização de todos os envolvidos pela proteção da área e a colaboração da escola onde foi realizado o treinamento, a EMEF “Teófilo Benedito Ottoni”, no Parque Ypê, é resultado do envolvimento da comunidade que, desde o início, se mobiliza em prol da preservação da área.

Todo o contingente, formado por 28 vigilantes, participou do treinamento, incluindo os do período noturno, além de funcionários da CDHU e do DPP - Departamento de Projetos da Paisagem, responsável na SMA pela articulação com os demais envolvidos e pela implantação do parque.

Durante a palestra, o soldado Macedo expôs a estrutura e a forma de atuação da Polícia Ambiental, os pontos de conflito existentes na área do parque e a melhor forma de atuação dos vigilantes. Em avaliação feita no final do treinamento, foi constatado que todos desejam mais treinamentos para aperfeiçoar ainda mais as suas atividades. “A palestra foi direcionada para a realidade do Parque Tizo, porém aproveitamos para inseri-los no que está acontecendo atualmente no meio ambiente, nacional e internacionalmente. Eles têm que saber que o trabalho que realizam não é só para preservar este fragmento florestal da Mata Atlântica, precisam saber que fazem parte de algo maior, garantindo um meio ambiente equilibrado para as presentes e as futuras gerações, como está no artigo 225 da Constituição”, afirmou o soldado Macedo.

Parque Tizo

A SMA recebeu a incumbência de implantar e administrar o Parque Urbano de Conservação Ambiental e Lazer em área denominada Fazenda Tizo, criado pelo Decreto Estadual 50.597 de 27 de março de 2006. A gleba destinada ao parque, com cerca de 130 hectares, está localizada na zona oeste da Região Metropolitana de São Paulo, abrangendo áreas dos municípios de São Paulo, Cotia e Osasco, e nas proximidades das divisas dos municípios de Embu e Taboão da Serra.

Cerca de 60% da área é coberta por remanescente de Mata Atlântica e abriga espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção. A transformação da área em parque visa preservar a vegetação e os mananciais existentes e representa, ainda, uma oportunidade para produzir e sistematizar conhecimento sobre manejo e conservação de fragmentos florestais em zonas urbanas, além de oferecer à população uma oportunidade de lazer e recreação em contato com a natureza. Conforme Ana Lucia Faria, do DPP, há grande potencial para programas de educação ambiental, talvez a mais nobre função do parque, condicionante de usos, equipamentos e infra-estrutura previstos no Plano Diretor.

De acordo com Faria, a criação do parque culminou com o processo de mobilização de diversos setores da sociedade pela proteção da área. “O engajamento da comunidade é um diferencial do Parque Tizo, que o valoriza e amplia seu potencial. Outro diferencial é o estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada, pois proporciona além de recursos adicionais, a ampliação das ações do Poder Público e um ambiente de colaboração e complementação que favorece o desenvolvimento dos projetos.”

A missão do Parque TIZO, prevista no Decreto 50.597/06 – artigo 2º, é basicamente:

I - proteção dos remanescentes de Mata Atlântica, admitido o manejo da vegetação com o objetivo de assegurar a manutenção dos processos ecológicos;

II - realização de pesquisa científica e capacitação técnica visando orientar a proteção de remanescentes de vegetação nativa em áreas urbanas e peri-urbanas e a formação de corredores regionais de biodiversidade;

III - realização de atividades de educação ambiental visando difundir conceitos e estimular a adoção de práticas para a conservação ambiental, o uso sustentável de recursos naturais, a minimização e adequação da destinação de resíduos e efluentes;

IV - uso público para atividades culturais e educacionais, recreação e lazer, condicionado à observância do inciso I deste artigo.

Parágrafo único - A implantação de infra-estrutura e edificações na área deverá limitar-se às intervenções necessárias ao desenvolvimento de atividades relacionadas às finalidades previstas neste decreto.

O objetivo central do Parque Tizo é ser um exemplo da aplicação de diversos conceitos ambientais, desta forma demonstrar na prática a possibilidade de uso de uma área natural para o lazer, educação e pesquisa com o menor impacto ambiental possível.

Nenhum comentário: